O que é o que é? Tem as patas com unhas compridas que ajudam na escalada. Não tem nenhum dente na boca, mas possui um focinho comprido com um linguarão enorme que o  ajuda a comer formigas, seu alimento favorito. Em situações estressantes solta uma catinga desagradável que inibe o ataque dos seus predadores. Além disso, tem uma audição e visão pouco desenvolvidas, mas seu olfato é apuradíssimo! Esse animal que parece estranho, na realidade nos é muito familiar. É o tamanduá-mirim ou tamanduá-colete (nome científico: Tamandua tetradactyla), um mamífero nativo da mata atlântica brasileira.

Tamanduá-mirim fotografado por Juliana Bruder em um parque na cidade de Itatiba-SP.Tamanduá-mirim fotografado por Juliana Bruder em um parque na cidade de Itatiba-SP.

Nome: tamanduá-mirim

Outros nomes populares: tamanduá-de-colete; mambira

Reino: Animalia
Filo: Choradata
Classe: Mammalia
Ordem: Xenarthra
Família: Myrmecophagidae
Espécie: Tamandua tetradactyla

Risco de extinção
Tamandua tetradactyla - IUCN

Sobre o Tamanduá-mirim

O tamanduá-mirim tem um padrão de coloração da sua pelagem que lembra a um “colete” negro. O restante dos seus pelos tem uma cor que varia do amarelo ao marrom pardo. Dependendo do região geográfica, o colete do tamanduá-mirim pode variar do negro ao castanho até um amarelado pouco destacado do resto do pelo do animal, mas mesmo assim, são todos da mesma espécie.

Possui uma cauda semipreensil que utiliza para subir e manter-se na copa de árvores, e que é nua na parte ventral. Os membros anteriores possuem uma musculatura bem desenvolvida, com quatro dígitos, de onde vem seu nome científico tetradactyla (tetra = quatro; dáktylos = dedo), e os membros posteriores são menos musculosos, apresentando 5 dígitos, dos quais um é pouco desenvolvido.

Comprimento: entre 47 e 77cm
Peso: 7kg quando adultos
Longevidade: desconhecida
(indivíduos em cativeiro chegaram a 19 anos)
Filhotes por ninhada: um único filhote

O biólogo Marcelo Tonini, do Instituto Planeta Terra, explica um pouco sobre a vida dos tamanduás-mirins e cuidados ao encontrar um.

Hábitos

O tamanduá-mirim é mais ativo à noite, e durante o dia, procuram árvores ocas para descansar. O hábito de locomover-se principalmente no chão e em árvores é chamado de escansorial. Geralmente vivem em ambientes savânicos ou florestais, como matas de galeria e a floresta tropical, além de ser encontrado eventualmente em mangues.

Quando sentem-se ameaçados, adotam uma postura “bípede”, apoiando-se nos membros posteriores e na cauda para parecerem maiores e mais ameaçadores.

Aqui, o comportamento de defesa do tamanduá-mirim.

Alimentação

Alimentam-se principalmente de formigas e cupins. Com suas garras, são capazes de perfurar os duros cupinzeiros, para então utilizar sua língua, que é convenientemente grudenta, pra captar várias formigas ou cupins de uma vez só. Uma particularidade da alimentação do tamanduá-mirim é que ele se alimenta também em cupinzeiros arbóreos, um hábito que lhe difere do famoso tamanduá-bandeira.

Distribuição

O tamanduá-mirim é abundante e tem distribuição ampla na américa latina. Prefere o ambiente florestal, ao contrário do tamanduá-bandeira que é raro, está ameaçado de extinção e vive em ambientes abertos de cerrado. Apesar de ser protegida e ter tido sua população fortemente reduzida, o tamanduá-mirim é considerado fora do riscos de extinção

Tamandua tetradactyla

INCT –Herbário virtual da flora e fungos — Tamanduá tetradactyla georreferenciado*.

Conservação

O tamanduá-mirim é uma das quatro espécies de tamanduá no mundo. Os seus principais predadores na floresta são felinos como a onça-pintada, a suçuarana e a jaguatirica. Atualmente são conhecidas e aceitas 4 subespécies de Tamanduá-mirim: Tamandua tetradactyla tetradactylaT. tetradactyla nigraT. tetradactyla quichuaT. tetradactyla straminea.

Assim como o tamanduá-bandeira, a espécies é protegidas por lei e está ameaçada por animais introduzidos no seu ambiente natural, como por exemplo cachorros, ou também por incêndios florestais provocados por seres humanos. Como existem registros de tamanduás-mirins em todos os estados do território brasileiro, considera-se que a espécie não está correndo risco de extinção. Somente no estado do Rio Grande do Sul o estado de conservação da espécie é considerado vulnerável.

Referências

Eisenberg, J.F.; Redfor, K.H.. Mammals of the Neotropics, Volume 2: The Southern Cone: Chile, Argentina, Uruguay, Paraguay. 2ª ed. Chicago: University of Chicago Press, 1992. Capítulo: Order Xenarthra (Edentata). , 46-69 p.

Gardner, A.L. Magnorder Xenarthra. Pp. 127–177. In: Gardner, A.L. (ed.). Mammals of South America: Marsupials, Xenarthrans, Shrews, and Bats. The University of Chicago Press. 2007. 690p.

Ohana, J.A.B.; Bertassoni, A.; Miranda, F.R.; Mourão, G.M.; Miranda, G.H.B.; Costa, J.F.; Silva, K.F.M.; .; Faria-Corrêa, M.A. & Belentani, S.C.S. 2015. Avaliação do Risco de Extinção de Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio. Disponível em <http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/lista-de-especies/7050-mamiferos-tamandua-tetradactyla-tamandua-mirim.html> Oficina de Avaliação do Estado de Conservação de Xenarthra Brasileiros. Data de realização: 18 a 20 de julho de 2012. Local: Iperó, SP.