Dia do solo.
No dia 15 de abril, comemoramos o Dia Nacional da Conservação do Solo, de acordo com a Lei Federal n. 7.876, de 13/11/1989. A escolha dessa data foi em homenagem a Hugh Hammond Bennett, considerado o pai do solo e conservação da água nos Estados Unidos. Em meados de 1930 através de suas pesquisas sobre erosão nasceu um plano revolucionário de conservação baseado nos recursos do solo e suas capacidades. Esse conceito envolvia toda a ecologia da terra, incluindo florestas, plantações e vida selvagem, e o que foi observado por Hugh e sua equipe é que práticas agrícolas nas quais se preservasse os cursos d’água corrigiam as erosões e a terra voltava a produzir.
“Segundo relatório da FAO (Food and agriculture organization of the United States) lançado em dezembro em Roma, com participação da equipe da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), revela que 33% dos solos do mundo estão degradados por erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação.” (Santos, 2016).
Hoje em dia e cada vez mais se tem investido em projetos que versam sobre captação de carbono e restauração de matas ciliares. Mas qual seria a relação entre captação de carbono e solos?
Solos de produção agrícola que são trabalhados sem nenhuma gestão de sustentabilidade e solos onde foram retiradas as matas ciliares ficam empobrecidos, endurecidos, irão apresentar erosão, que é o rachamento da terra e consequentemente irão captar menos carbono da atmosfera, pela falta das plantas. Pois são elas que retiram o Carbono da atmosfera devolvendo Oxigênio, nessa troca que chamamos de fotossíntese.
Esse excesso de carbono no ar agrava o efeito estufa, prejudicando o clima e depois as plantações e por último toda a população sofrerá com isso, não somente com a infertilidade da terra, mas também com as enchentes pela falta da mata ciliar. Os rios sem a mata ciliar não seguram as águas das chuvas provocando as enchentes.
“Somente a erosão elimina 25 a 40 bilhões de toneladas de solo por ano, reduzindo significativamente a produtividade das culturas e capacidade de armazenar carbono, nutrientes e água. Perdas de produção de cereais devido à erosão foram estimadas em 7,6 milhões de toneladas por ano. Se não forem tomadas medidas para reduzir a erosão, haverá a diminuição total de mais de 253 milhões de toneladas de cereais em 2050. Essa perda de rendimento seria equivalente a retirar 1,5 milhão de quilômetros quadrados de terras na produção de culturas – ou cerca de toda a terra arável da Índia.” (Santos, 2016).
Segundo a pesquisadora da Embrapa Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin “os solos brasileiros também sofrem com a salinização, poluição, acidificação… o Brasil é o país que mais possui áreas que podem ser incorporadas à agricultura, porém precisa avançar na adoção de práticas sustentáveis na produção de alimentos e no conhecimento dos solos.., mas elas precisam ser mais adotadas pelos produtores, tais como o plantio direto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e a fixação biológica de nitrogênio, por exemplo….. Até 2030 será necessário aumentar a produtividade mundial de alimentos em 60% para suprir a população que somará 8,5 bilhões de pessoas.”(Santos, 2016).
Não fossem esses problemas já de bom tamanho, há ainda outro talvêz bem pior. Muitos consideram a mineração na amazônia o mais grave problema que esse bioma enfrenta, pois não só destrói permanentemente áreas que foram submetidas a essa atividade, como ainda contamina pescados e toda a população de áreas próximas, devido ao despejo de mercúrio nas águas do maior rio do planeta.
Segundo o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia, Carlos Nogueira da Costa Júnior “há 17 projetos de empresas nacionais e estrangeiras em curso na região amazônica, a grande maioria no Pará – já incluindo a expansão de Carajás, pela Vale – e envolvendo ferro, bauxita, ouro, níquel, cobre, fosfato e potássio. Os outros, distribuídos por Amapá, Amazonas, Roraima, Rondônia e Mato Grosso, extraem calcário, ouro, prata, potássio, tântalo e nióbio.” (Goldemberg, 2014). O Brasil possui 98% da reserva de nióbio do planeta. Nióbio é um dos metais mais resistentes à corrosão e temperaturas extremas, É usado no mundo na fabricação desde automóveis, até piercings.
Então…vamos pensar?
Sites pesquisados: